segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Valsando ao corpo

Sou acordada com você toda nua
Dançando ao contrário da música
Ao perceber meu despertar
Sua boca ágil já me faz amar
Seu corpo se entrelaça ao meu
Seus dedos pegam minhas mãos envergonhadas
Mostrando o que deve ser feito
Os nossos odores começam a nos embriagar
Os gemidos começam a se tornar ensurdecedores
As respirações entram em harmônia

O gosto da sua pele apimentada
Faz me perder com você dentro de mim

Sua vagina cada vez mais molhada,
Mais gostosa, me enlouquece
Não consigo tirar meus olhos e minhas mãos em cima de ti
Não consigo tirar meu rosto entre seus seios

Seu coração acelera cada vez mais,
Você valsa cada vez mais gostoso
A cada minuto nossos corpos se contorcem,
Se encontram
Se completam

Me reconhecendo como Sou

E a mulher que se encontra em um seio quente
Tem a sensação de não querer mais sair de lá.
Mas ao olhar aquele quarto escuro
Percebe que sua respiração começa a se perder
E lembra-se que viver em uma prisão não é mais uma escolha,
Que renegar a sua essência, 
Fechar os olhos, a boca, os abraços
Não são a salvação,
Agora ela tem a dor de saber o quanto consegue caminhar,
Se doar...
Hoje, infelizmente, seu egoísmo diz
Eu me reconheço como sou.

Apaixonando

Me apaixono pela mesma boca
Mesmo não a tendo todos os dias.
Sinto aqueles olhos protetores,
Que mesmo tentando se negar a mostrar doçura
Acabam por me acalentar
Quando estamos de mãos  dadas nas ruas
E por meio dos seus seios
Sinto o ardor e a força para poder repousar

domingo, 7 de junho de 2015

Gozo

Tento me viciar em uma saliva,
Mas minha libido se recusa,
Pois meu corpo quer poder se desequilibrar
Quando uma nova língua
Estiver conhecendo minha vagina
Fazendo meu ser se contorcer
E jorrando meus fluidos 
Para dentro de uma boca.



Quero ter o gosto da fusão 
Do meu fluído e a delx 
Na minha boca.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Se segure

Sei que só sou bem vinda por causa do meu corpo
E apenas isso.
Ele me olha,
Não importa se estou sentada,
Ou se estou descendo a escada, 
Aqueles olhos que me estupram não param de me seguir.
E fazem questão que eu saiba que eles me perseguem,
Na sua mente doentia,
Eu devo ser só um pedaço de carne a ser gozado
Pois meus seios e minha roupa curta
Lhe trazem a sensação da menininha tonta.
Mas é bom você se segurar ,
Porque já me cansei das suas frases machistas,
Sua vontade de colocar a mulher na posição de objeto
E sua desagradável mania de tentar mostrar o qual malvadinho você é.
Então segure seu olhar, suas frases bizarras e seu queixo,
Pois se você não se segurar,
Eu dou um jeito e te seguro.

domingo, 15 de março de 2015

SAI FORA!!!!!!

Sim, a minha saia é curta
Eu estou descendo até o chão
A minha bunda se mexe, 
Meus peitos pulam.
Meu sutiã está aparecendo?
Foda-se,

Não me olhe assim
Você não tem a minha permissão,
Não sou teu objeto.

Não chegue perto de mim
Não quero o seu pau, 
Não quero o seu corpo
Não quero suas palavras

SAI FORA!!!
Não estou aqui para te satisfazer.

domingo, 1 de março de 2015

Me Criando

Um passo de cada vez,
Assim vou me criando 

De forma torta
Vou me arrumando 

Primeiro vem a adaptação
São varias palavras me dizendo o que é certo
Mas como tenho a sensação que isso é errado
Faço o que quero 

Caiu, me machuco
Me forço a levantar,
Caiu, me escondo,
Tentando me encontrar. 

Pego meus pedaços pelo caminho
E sigo
Sem olhar para trás
Continuo errando, claro
Mas agora sem medo e sem vozes

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Posso ter o peso que eu quiser!!!!!!

Eu sou Layra, tenho 25 anos.
1,54 de altura

Não estou no que dizem "padrão de beleza", não tenho as pernas durinhas, abdômen definido e não sou magra....
Como eu sou? Ah, eu sou do jeito que sou…

Desde que eu era nova, eu sempre tive tendências para ser fora do "padrão".

Quando tinha 12 anos e 1,35 de altura cheguei a pesar 55kg, por isso os meninos da escola me chamavam de gordinha, pançuda, etc. Muitas vezes eles faziam a brincadeira da menina "perfeita", onde ela tinha a minha bunda e os meus peitos, que eram os maiores da classe, mas eles sempre frizavam que ela não podia ter a minha barriga, porque eu era gorda demais.
Para ajudar a televisão começou a me ensinar que eu tinha que ser magra. Nos programas, séries e novelas só tinham meninas magras, adolescentes magras, mulheres magras.
No começo não ligava muito, mas com o tempo isso começou a ser insuportável, não aguentava mais ser a "Gorda da Classe" e a não parecer com as meninas da tv.
Então com 13 anos decidi que não poderia passar dos 40 kg, não me lembro o por que desse peso.
Só me recordo de começar a fechar a boca, quase não comia, passava mal, mas cada kilo perdido era uma alegria, demorou uns meses para eu chegar no peso desejado, mas consegui. Me senti aliviada, feliz. Os meninos não me zuavam mais, naquele momento eles tentavam ficar comigo e muitas meninas que não falavam comigo começaram a falar. Isso fez com que eu acreditasse que a único jeito das pessoas gostarem de mim era eu sendo magra.

Em pouco tempo passei de magra para puro osso, cheguei a colocar dois sutiãs, só para ter um pouco mais de volume e achava isso normal. Minha família e meus amigos falavam que eu estava muito magra, mas mesmo com essas coisas eu continuava me achando gorda.
Essa loucura durou muitos anos, acho que até meus 20 anos ( não me lembro bem), porque com o passar dos anos eu entendi que por mais magra que eu estivesse eu nunca iria perceber. E aos poucos comecei a me preocupar mais comigo mesma e a fazer o que eu queria.

Se passaram dois anos, tudo estava bem, até que um colega do meu trabalho disse “Nossa Layra, você está muito gorda”. Nessa época estava pesando 50 kg.
Quando escutei isso, parecia que todos aqueles anos de medo, de repulsa de mim mesma tinham voltado com uma intensidade maior.
Então entrei no Kung Fu e muitas vezes eu chegava a ir em 3 aulas por dia, voltei a me alimentar mal e voltei a ser viciada na balança.
Para piorar eu comecei a namorar um cara "padrão de beleza" gostoso, tudo durinho, forte, etc, etc…Aí nóia aumentou, porque eu tinha que seguir o padrão dele.
Foi uma loucura, a gente só treinava e por culpa minha, eu que pedia, eu que queria.
Depois de uns meses eu desisti do kung fu por motivos "X"
Como não estava mais fazendo exercícios, comecei a ficar com medo de engordar, porque se eu engorda-se o meu namorado não iria me querer mais , a sociedade não iria me aceitar, as pessoas voltariam a me chamar de gorda, toda aquela loucura iria voltar. Para ajudar o meu trabalho começou a diminuir.

Então.. PUFF, entrei em depressão.
Claro que não sabia o que era isso. Só sentia que estava mais inquieta do que o normal, comecei a comer muito, a me achar gorda, não me achava atraente, sentia ciúmes de tudo e de todos, nada me satisfazia, não conseguia ficar feliz com as coisas, em outras palavras: enlouqueci e enlouqueci as pessoas a minha volta, principalmente o cara com que namorava.
Com o tempo fui melhorando, não a parte de me achar gorda, mas as outras coisas. Comecei a focar mais no trabalho, a fazer o que eu gostava, voltei a sair com os meus amigos ( o que eu tinha parado de fazer) e terminei o namoro. Tinha tudo para eu ir para o caminho correto, mas não eu fui... Eu acabei indi para o caminho da "Zueira Infinita"
Foi a época mais bizarra, mais surpreendente e mais auto conhecedor de toda a minha vida. Juntou eu e mais três amigos e bebíamos e madrugávamos todos os dias. Eu vivia chorando, rindo e chorando. A única coisa que me deixava verdadeiramente feliz era o peso. Como eu só bebia e não comia nada, perdi bastante peso, mas mesmo assim queria emagrecer mais. Então entrei na academia.

Consegui emagrecer, a afinar e a ficar"gostosinha", mas quase não comia, vira e mexe passava mal no trabalho e tinha muitas dores de cabeça. Depois de um tempo desisti da academia, por causa do ambiente machista, onde os professores não te dá suporte só porque você não tem a barriga tanquinho e onde os homens param de fazer exercício quando uma mulher vai fazer algum exercício que fique com a bunda em evidência. Mas comecei a me alimentar bem.
Logo que eu sai da academia conheci a Marília Moschkovich, comecei a ler vários textos dela sobre aceitação e a ler textos de outras mulheres. Então comecei a me aceitar do jeito que eu sou.

Claro que muitas vezes quando alguém diz “ Layra, você está gordinha”, me dá uma quebrada de perna, algumas vezes quando vou transar seguro a barriga, as vezes me acho muito gorda, mas estou correndo para os textos, psicologa e converso muito com amigos, porque agora entendo que EU SOU FODA, EU SOU INCRÍVEL e NÃO VOU ficar seguindo o que a tv me mostra, ou o que a sociedade diz que é correto. Eu vou ser o que eu quero, do jeito que eu quero e COM O PESO QUE EU QUISER.