quinta-feira, 27 de maio de 2010

Peixes

começou a chover
entrei na chuva
para me banhar,
para voltar a ser pura.
achei uma banca de batata frita e comprei,
graças a chuva paguei metade do preço
Eu caminhando
por ela escorreguei
e fui levada pelas
ferozes correntezas.
Tentei fugir mas
tudo foi em vão
Fui arrastada para dentro do bueiro
não sabia que eu passava por lá.
Tentei nadar,
mas já não conseguia
ter forças.
Tentei respirar, mas só
havia água. Quando dei meu ultimo suspiro,
fui tacada para um céu
Um céu de peixes.
Lá voei com eles.
lá a água era
proibida de entrar.
Os peixes eram doceis e piscavam os olhos.
Flutuei como as gaivotas.
Meus braços se tornaram
barbatanas, meu corpo era só escamas.
vi meu reflexo nos olhos de um tubarão.
Senti nojo, tinha cheiro de peixe morto
minha beleza foi se embora
junto com as águas sujas do esgoto.
Aqui eu era mais um peixe.
Achei que isso fosse um sonho.
Tentei acordar, mas não tinha mãos
para me beliscar
tentei lamber meus olhos, mas a minha língua
era muito pequena. Prendi o ar.
Mas havia me esquecido que eu respirava água.
Então aqui estou a flutuar
como uma pena
a espera da minha morte.
Moral da historia é que consegui me tornar pura

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Aqui

Por mais que eu tente
Você não sai do meu ser
Lembro-me
Da primeira vez
Que tu me abraçaste
Eu chorando de medo,
Só sabia tremer,
Tentava falar
Mas tudo era em vão.
Você com suas mãos pesadas
Mexia em meus cabelos
E cantarolava uma musica antiga.
Você dizia que agora estava tudo bem
Que ninguém iria fazer mal para mim.
E eu não acreditava,
Queria correr,
Queria tirar aquele homem
Dos meus pensamentos.
Queria tirar minha carne,
Para não sentir mais seu cheiro.
Sua musica aos poucos me fez adormecer.
Lembro-me de você beijando minha face
Me abraçando,
E falando que o homem não voltaria mais.
Quando acordei estava sozinha.
Fiquei te esperando
Para ver se você voltava,
Mas não,
Você também não me queria mais.
Fui pra rua
O sol começava a nascer,
Os pássaros começavam a cantar.
E mesmo assim tudo estava escuro.
Andei não sei por quanto tempo.
Minhas pernas me levaram para nenhum lugar.
Por mais que eu quisesse pensar não conseguia
Era sempre o nada,
Era sempre a minha vista que pensava.
Queria te encontrar.
Queria saber o por que do seu abandono.
Nas ruas ninguém passava,
A vezes eu via um cachorro correndo,
Um gato se lambendo,
Mas só.
Meus pés me levaram para a estrada de ferro.
O barulho do trem era ensurdecedor,
Irritava os meus ouvidos.
Eu gritava,
Mas não conseguia escutar meu próprio som.
Fui caminhando entre os trens,
Via as pessoas que estavam dentro.
Não sabia o que pensavam,
Mas imaginava.
Mal via os rostos delas,
Mas sempre conseguia construir eles em minha mente.
Por um tempo isso era engraçada,
Até que vi um rosto familiar
Passando a mais de 150 quilometros por hora.
Isso me fez voltar a ontem.
O medo voltou a me atormentar,
As lembranças fizeram
Meu corpo a querer se jogar em cima do trem.
Uma luta contra mim mesma
Estava iniciada.
Não adiantava eu correr,
Eu cantar.
Tudo fazia aumentar as lembranças.
PÁRAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!
Essa foi a palavra
Que me trouxe para onde eu estou.
Aqui.
Não sei explicar como é o “aqui”
Não sei falar se o “aqui” é bom.
Eu apenas vivo nele
Sem você

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Aceito

Ontem a insegurança me calou.
Hoje com mais tempo,
Vejo que não foi uma coisa certa:
Me calar.
Mas as coisas começaram a caminhar
E eu não consegui seguir seus passos.
O medo é infinito,
Porem não é esse o sentimento que predomina.
As paredes do passado
Ainda bloqueiam a minha visão,
Me deixando cega para o futuro.
Eu quero ficar contigo,
Mas não sei se é da mesma maneira que você deseja.
Não sei o que é certo e errado.
Não sei se o meu jeito de estar com alguém
É igual ao seu.
Só sei que quero ficar contigo.
Não sei se esta resposta é a correta
Ou a que você queria ouvir.
Mas já que a pergunta foi feita
E sei que você deseja escutá-la:
Eu digo aceito.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mostre-me

Mostre-me a verdadeira beleza das musicas,
Me encaminhe para dentro delas.
Me tome em teus braços,
Deite-se comigo,
Espere eu dormi.
Não desligue o radio agora,
Deixe me escutar mais um pouquinho.
Deixe meus sonhos ser guiados por elas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Te amo

É difícil pensar que um dia não te verei mais
Só de vim isso a minha mente:
Meu coração acelera,
Meus olhos se enchem d´agua,
Minha vida começa a perder o sentido,
A cada segundo que se passa.
Você que foi durante muito tempo
O guardião da minha alma,
Na qual não me deixava
Entrar na loucura.
A você que agradeço
Minha sobriedade,
Minha alegria,
Minha vida.
Te amo
Irmão.

Não lhe soltarei

Me dê a sua mão,
Não a solte.
Não deixarei que te carreguem.
Taparei seus olhos,
Para que você não a veja.
Lhe esconderei,
Para que ela não lhe ache.
Não fiques com medo,
Estou aqui.
Se por um acaso você for,
Irei junto contigo.
Não lhe deixarei caminhar
Por esses campos escuros
Sozinho.
Fique comigo,
Não derrame mais nenhuma lagrima.
Prometo-lhe que sempre estarei aqui.



Para Bruno Dias. Lhe amo meu querido amigo.

Calado

Para que sofrer sozinho?
Por que não me contaste?
Eu lhe seguraria,
Lhe preenderia,
Mas não deixaria a insanidade entrar
Em seu ser.
Seu choro vaga por meus sonhos,
Seus gritos rodeiam minha mente.
Por que sofrer calado?