sábado, 18 de dezembro de 2010

Quem são vocês?

Hoje perdi meu filho
Por fazer o que amo
Hoje perdi meu filho
Por simples hipocrisia do indivíduo
Eu que me mostro sem roupas
Sou tarjada como vagabunda
Por vir a publico como nasci
Eu que sou tarjada como puta
Por transar
Quem são vocês?
Quem são vocês?
Vocês que nunca ficaram nus
Vocês que nunca treparam
Quem são vocês?

Bordel dos Sonhos

Chuva que cai
Transforma tudo eu um
Tudo agora é o mesmo
Não existe mais homens e nem mulheres
Hoje todos transam com si mesmos
Os corpos são igualmente iguais.
Hoje não existe preconceito
O animal que ontem
andava com duas patas,
Hoje corre com apenas quatro
Meu pequeno Chô
Hoje é meu amante
Minha casa hoje é o bordel
Dos sonhos
Hoje nós fazemos tudo.

Deixe-se

Quero parar de lhe escutar gemer
Quero parar de lhe sentir tremer
Vá logo para qualquer lugar
Saia de si mesmo
Para que eu possa entrar
Deixe que eu comande seu desespero
Deixe que eu cuide
Do seu andar
Pare de se auto mandar
Para que isso?
Seu sofrimento só faz aumentar.
Deixe que agora eu cuido de ti.

Trem

O trem pelo qual espero
Vem lentamente
Não quer chegar tão perto de mim
Vejo seu desespero
Em pensar que eu
Um dia possa estar nele
Os seus ruídos
Tocando o ferro
Faz minha alegria brotar
Mas faz minha tristeza crescer
Por saber
Que não queres ficar aqui.
Por que então se obriga
A vir toda vez perto de mim?
Por que você me obriga
A lhe esperar a meia noite?
Se tem algum sentimento
Para comigo
Eis a hora de dizer
Pois meu corpo se cansou
De esperar em pé.
Seu drama de vir perto de mim
Faz meus ossos doerem
Diga logo o que tu queres.

domingo, 31 de outubro de 2010

Seguir

Esqueça-se dos nomes,
Dos deveres,
Dos seus vários passados.
Apenas tente encontrar a próxima felicidade.
Para onde tens que ir?
Não sei, apenas siga,
Me siga se desejares
Ficarei honrada com a sua companhia.
Mas não se esqueça que
Não sei para onde eu estou indo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pedaços

Meus pedaços estão espalhados pelas ruas
Por todo lugar que você olhe
Você me verá,
Verá parte de mim.
Não sei o por que eles estão por toda parte
Acho que eu os esqueci,
Deve ser isso.
Se vou pegá-los de volta?
Não sei,
Acho que sim,
Talvez,
Quem sabe.
Estou com preguiça agora
Talvez amanhã comece a caçá-los,
Ou depois de amanhã
Depende da minha preguiça
Como irei achá-los?
Boa pergunta...
Acho que terei que refazer a trajetória da minha vida
Ir a todos os lugares que já passei.
Isso vai ser uma coisa difícil.
Como vou relembrar de todos os lugares?
Acho que terei que perguntar para as pessoas
Que passaram pela minha vida.
E como vou encontrá-las?
É...
Acho que estou perdida.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hoje

Cavalgando quase um ano
Submersa nos pensamentos
Que nem sei quais eram ao certo
Poderia dizer que era medo,
Que era amor.
Sinto muito,
Mas não sei mesmo.
Hoje acordo depois
De meses de sonolência,
Meses em que me afoguei
No meu desespero,
No medo do que poderia acontecer.
Hoje consigo andar
Sem gritar para alguém
Vir me pegar as 4:00 da manhã,
Consigo caminhar sem medo
De não ter ninguém a minha volta.
Hoje consigo apenas querer a mim,
Só a mim.
Não sei se irei querer outro amanhã,
Ou depois de amanhã
O futuro é meio brincalhão,
Então deixo para que ele se preocupe com isso.
Consigo apenas querer o hoje.
Não quero pensar no ontem e nem no amanhã.
Só quero o hoje,
Tudo se é passado e futuro mesmo,
Então me deixe com meu presente.
Hoje posso pronunciar meu texto com toda certeza.
“Não sei se isso seria a verdadeira liberdade,
Ou a verdadeira felicidade.
Só sei que a amo”

domingo, 12 de setembro de 2010

Não ao "Eu Te Amo"

Dizer que te amo
é complicado
Porque as vezes,
Quando pronuncio tais palavras
Em meus ouvidos se tornam uma mentira.
Para que juntar essas palavras?
Pra que fazer isso?
Será que é para provar
Que quero ficar com você?
Para que lhe provar com palavras?
Me diz?
Palavras são feitas para serem jogadas no ar
Para deixar o ambiente cheio de coisas.
Quanto mais palavras no ar
Menos podemos nos mexer.
Quanto mais palavras ditas
Menos teremos que fazer.
Quantas palavras mal ditas eu já pronunciei?
Muitas.
Mas nenhuma delas teve tanto peso,
Nenhuma delas teve algo para ser lembrado.
Tá, só algumas,
Mas como sempre digo,
Meu corpo dança,
meu corpo ama,
Meu corpo chora.
Minhas palavras não conseguem fazer isso,
Elas. só consegue só transparecer
Em pequenas dimensões o que eu sinto,
Mas não é a verdade absoluta.
Não é que eu não queira lhe dizer eu te amo
Já lhe disse isso várias vezes
Apenas acho que isso não é o mais importante.
O importante mesmo é você estar em mim
Dentro de mim,
Como agora você se encontra.
Você com seu temperamento
faz meu coração pular
Querer se transformar em outro corpo.
Mas ao mesmo tempo,
faz eu querer lhe entregar a minha alma,
Deixar minha vida em suas mãos,
Pois confio mais em ti,
Para cuidar dessa carcaça
Do que a mim mesma.
Mas para não perder o costume...
EU TE AMO

Dança

Dançar em volta de mim mesma
Fingir que todos estão olhando para minha dança.
O som dos meus pensamentos
Tranformam minha dança em minha dança.
Os sons externos são o contratempo
Viro, me desviro
Só para vocês me notarem.
Por mais piruetas que dou,
As pessoas continuam
Andando sem ao menos me olhar.
A canção começa a se tornar triste,
Meus movimentos começam a se tornar raivosos
Meus punhos cerrados
Começam a esmurrar o ar,
Minhas pernas, não mais belas
Salta, salta para longe,
Salta para o mais obscuro buraco.
Ali sou notada,
Notada de uma forma horrivel,
De uma forma animalesca.
Por mais que queira ir embora,
Meu corpo quer ficar,
Quer ser notado
Então ele começa a dançar,
Começa a se insinuar,
Meus olhos em lagrimas
Não conseguem fazer meu corpo parar.
As pessoas começam a vir perto de mim
Começam a me cheirar
Me acariciar.
Eles não saem d perto de mim.
SAIA DE PERTO DE MIM,
Minha boca se fecha
Para não pronunciar nenhum ruido,
E meu corpo continua a dançar.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Metade de Duas



Somos uma,
Somente uma.
Não me respondas mal,
Não me vejas mal,
Não me fite,
Não me magoe.
Apenas me ama,
Me torne tua,
Seja minha.
Hoje somos metade de duas.
Duas almas,
Que preferem ter metade do seu ser
Para se tornar uma.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Adulto antes do tempo

Bata antes de entrar
Seja educado,
Sua mãe nunca lhe ensinou isso?
Essas crianças de hoje em dia
Não tem jeito.
Também as mulheres estão
Brincando de ter filhos
Em vez de brincar
De boneca.
Sabe até qual idade brinquei de boneca?
Não claro que você não sabe...
Eu brinquei até meus 15 anos
Não, não ria de mim
Você acha que 15 anos
É uma idade muito avançada para
Se brincar de boneca?
Também foi essa idade que sua mãe lhe teve.
Ela poderia ter aproveitado a vida,
Mas não, ela quis brincar de ser gente grande
E o que isso resultou?
Resultou em um filho muito mal educado.
Sim, você é muito mal educado
Sabe por que você é mal educado?
Porque você não sabe comer direito,
Vive correndo pela casa,
Fica jogando bola na parede branquinha do vizinho.
Deixa seus brinquedos espalhados pela casa,
Vive rindo alto,
Vive gritando por qualquer besteira.
Uma criança educada não faz isso.
Uma criança educada
Assiste TV sem incomodar ninguém
Fica quietinha,
Não chega em casa com as roupas sujas
Ou todo fedido.
Você sabia que tudo o que você faz
Reflete na sua mãe?
Porque se você está fedido
É porque sua mãe não lhe dá banho,
Se você está com a roupa suja
É porque sua mãe não lava as suas roupas.
Você quer que as pessoas falem mal da sua mãe?
Não né?!
Então sente ao meu lado
Vem sente – se ao meu lado.
Vamos assistir TV com a vovó
Sem fazer nenhum barulho.
Será que você consegue fazer isso?
Isso muito bem.
Agora você é um hominho.
Um hominho com seus 7 anos de idade.
Agora eu tenho orgulho de ser sua avó.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Iguais

Nós seguimos em frente
Em marche
Em fila
Passos milimetricamente iguais
Rostos transformados
Para serem iguais
Pedaços de um cérebro
Em cada ser
Para imaginarmos igualmente
Como um todo.
Mas , nós não terminamos as falas,
Não começamos um caminho juntos
Apenas seguimos ordens
Ordens dele,
Daquele que vem em nossa mente
Ele fala conosco
Nos mostra onde devemos ir
E seguimos
Sem parar
Apenas caminhando.
Não olhamos para o lado,
Não damos as mãos,
Não sei como sou,
Não sei qual é o meu tamanho,
Mas todos somos iguais.
Iguais perante ele.

Aprender

Não, não preciso do seu sorriso.
Posso navegar por esse mundo só.
Me deixe só.
Voe para longe.
Vá embora com suas asas malditas.
Não quero aprender a amar,
Quero viver no puro nada,
No buraco branco.
Vá, me deixe só.
Não tente me ensinar nada,
Não quero aprender o abecedário de novo
Tem algo que quero aprender
É um truque
O truque do desaparimento
Me ensine.
Não, não me ensine
Apenas vá embora,
Vá embora.
Não, não quero entender suas palavras
A única coisa que quero entender
É o esquecimento
Meu peito não respira
Minhas lagrimas me sufocam,
Sua face em minha mente me enlouquece
Não preciso de você.
Preciso do meu mundo normal,
Do mundo que só eu existo.
Eu preciso só de mim,
Aprendi a lição direito?
Agora que aprendi você pode me deixar só?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ode ao Tom

Amo-te sem querer nada em troca.
Amo-te porque o seu sorriso me faz sorrir,
Porque seu abraço me acalma.
Amo-te porque mesmo de longe
Sinto você aqui perto,
Como se fosse um anjo.
Você é meu anjo,
você é meu amor,
Meu amigo e meu irmão.
Te conheci a pouco tempo,
Mas não consigo viver sem ti,
Sua ausência me entristece,
Mas saber que tem alguém
Que te ama ao seu lado,
Já faz meu coração dar pulos de alegria.
Espero não ter que te esperar muito para lhe ver.
Pois meu coração daqui a pouco irá sumir,
Sem você cantando para me acalmar.
Amo-te por você existir.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Paixões

Não saberei exprimir
O que a falta de sentimentos
Me faz sentir.
Poderia dizer que é um alivio,
Ou Felicidade.
Mas não estaria verdadeiramente certa sobre isso.
Acho que a palavra certa é uma estranheza.
Desde que nasci me lembro de sempre
Ficar apaixonada por outrem.

Com meus 5 anos de idade
Me apaixonei pelo menininho do meu prédio
Lembro-me daqueles olhos puxados,
Aquelas mãos pequenininhas,
Que sempre ao correr me puxavam
Para sentir o vento em meu rosto.
Não lembro como foi a nossa despedida
Lembro-me poucas coisas que fizemos juntos.
Mas me lembro de acordar
E a primeira coisa a fazer era escutar sua voz.

Depois com 7 anos, acho.
Conheci a menina mais linda de todas,
Rita.
Ela ficava mexendo nos cabelos
Quase o tempo todo,
Ela adorava me abraçava
E dizia que me amava.
Amor aos 7 anos de idade.
Até engraçado pensar nisso.
Dormi uma noite em sua casa
Nesse dia ela me deu um beijo
Eu mal sabia o que era isso,
Os lábios dela tinham gosto de chiclete,
Mas foi tão bom que eu não queria parar de sentir a boca dela.
Não foi um beijo como beijo hoje,
Mas um beijo de lábios,
De descobrimento.
Foi o meu melhor beijo, até hoje.
Também não lembro como me despedi dela.

Depois de varias paixões
Me apaixonei por um menino
Eu já estava velha.
Lembro-me que meu coração disparava
Quando eu encontrava ele.
Parecia que ao abraçá-lo meu
Coração entrava no mesmo compasso que ele
Parecíamos um só,
Não conseguia me imaginar sem ele.
Então nos separamos.
Foi estranho isso,
Parecia que nunca iria me apaixonar de novo
Relembrando isso
Sinto que entrei em uma novela mexicana.
Agora não paro de rir dos meus tormentos.

Namorei outras vezes,
Porem nada que fosse muito grande
Nenhum sentimento avassalador.

Tive um outro namoro que acreditei
No amor, no nosso futuro, etc, etc, etc.
Graças a ele comecei a crer
Que podia amar varias vezes.
Digo que foi uma tempestade,
Um furacão.
Eu era um furacão.
Eu entrava e acabava com tudo,
Com a paz e o sossego.
E quando eu começava a desistir de nós,
Não sei o que acontecia que me fazia querê-lo de volta.

Agora não sinto nada.
Sinto um vazio.
Não sei o que quero,
Isso é uma incógnita
Mas sinto beleza nessa
Falta de sentimentos.
Não, não é falta de sentimentos,
Pois ainda sinto amor por mim.
Isso soa meio egoísta,
Mas acho que não é.

De todos os amores que eu tive
Sei que só restará um em minha lembrança,
Um que por mais que eu queira esquecer não conseguirei,
Pois se empreguinou no meu corpo.
É o amor que sinto por mim mesma,
Não ria disso
Sei que é um clichê,
Mas é a verdade,
Eu demorei muito para me amar.
E hoje,
Velha como estou
Quero dançar, cantar só,
Quero correr sozinha.
Não ligo para os olhos cheios de risos,
Pois quando eles estiverem na minha idade,
Faram a mesma coisa.
E nem lembraram que um dia riram de mim,
Do mesmo modo que não lembro
Se ri de alguém "velho" que nem eu.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sombras

Demônios entrando em corpos
Sem dono.
Todos são parecidos:
Os rostos são pintados,
Pernas são raspadas,
Saias são curtas.
Nascemos de um molde só.
Somos criados igualmente.
Nossas vidas são as mesmas.
Tudo metricamente igual.
Todo dia sei qual será minha rotina.
Vivo isso há mais tempo
Que um ser humano consegue existir.
Meu salto alto,
Não caminha perfeitamente,
Minha boca não consegue mais abrir.
Tudo em mim já não funciona direito,
Mas continuo aqui,
Encostada nessa parede.
Os gritos, já não me afetam,
As caricias,
O peso,
O hálito,
Não existem.
Tudo se transformou em sombras.

Sombras...
Eu me tornei uma sombra
Uma peça
Que existe para a satisfação alheia.

Permita-me

Medo de dizer que a saudade
Está aqui e se recusa a ir embora.
Não precisei ter você em meus braços
Para ti tornaste uma lembrança
Que não quero esquecer.
Não posso querer que você
Saiba quem eu sou,
Que se lembre da minha voz.
Não preciso disso
Para minha alegria se tornar plena.
Apenas deixe-me lembrar de ti.
Deixe eu usar sua imagem
Para sorrir em meus sonhos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Amado

Te amo pois você se tornou um gigante para mim.
Se tornou um deus no qual não se pode alcançar,
Que precisa ser cortejado, amado e louvado.
Se tornou o professor que se recusa a agir como um animal,
Que não vai contra as leis da ética.
Você é aquele que amo, por simples amor,
Que não precisa ser tocado ou amansado como um cachorro.
Que apenas tem que ser amado.

domingo, 18 de julho de 2010

Lhe amar?

lhe amo por lhe amar?
ou lhe amo por ter ao que me apegar.
o passado já foi jogado
já foi arrancado,
mais ainda continuo a chorar por ele.
a querer ele.
por que não me permito esquecer?
por que você não me permite esquecer?
quero voltar a ser a bailarina
que rodopiava pelas ruas
sem medo de dançar
sem medo de sorrir.
mesmo me obrigando a lhe esquecer
você me obriga a lhe amar.
eu já não sei
o que eu penso
faça-me esquecer de todos
me faça esquecer dos meus sentimentos
lhe imploro.
viver por viver
não quero
viver para lhe amar
eu não quero.
eu quero viver para dançar
para cantar ao som do violão
quero voar
como eu voava antes
me jogue,
me leve para o céu,
me leve para longe de ti.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Não somos quem somos

só mais um segundo,
fique parado,
não quero escutar sua respiração
quero fingir que você é outro.
quero fingir que os toques foram de outros,
que a boca beijada
foi de outro.
fume,
fume se quiser,
mas não se mova,
fique parado.
estou montado a imagem de outro em minha mente
falta pouco.
mais alguns instantes
e poderemos continuar.
assim,
fique nesse silencio.
viu como é mais belo
imagine você tambem,
monte sua prostituta,
tome o meu corpo
com outra em mente,
faça como eu.
vamos nos juntar e formar um circo
vamos continua assim...
mais devagar.
me escute:
sou sua,
somente sua,
me transforme em qualquer pessoa.
você é somente meu,
somente meu.
continue assim,
mais devagar,
imagine,
não deixe o demonio entrar em você
só deixe que eu entre em seu ser,
deixe que eu lhe mova,
lhe ame,
lhe queira.
escute minha respiração
em quem você pensa?
me imagine,
me transforme,
me tome
sou sua, somente sua

terça-feira, 29 de junho de 2010

Negro, somos todos negros

Negro,
Só negro que vejo,
Roupas, pessoas,
Comidas.
Tudo, tudo se tornou negro.
Carvão mancha a alma.
A busca de um pouco de comida
Transformou nossos caminhos.
Que é passado de pai para filho.
Cheguei aqui com 7 anos
Só meu pai que trabalhava para nos sustentar.
No começo se ganhava muito,
Só os pais de família que trabalhavam,
Se tentasse colocar os filhos com menos de 16 anos
Virava motivo de chacotas.
Queria se ter poucos filhos,
Para não ter que dividir sua herança.
Tenho orgulho de dizer que meu pai era um dos melhores
Tirava carvão como ninguém.
Nunca o vi reclamar.
Ele sempre vinha com sorriso no rosto,
Por mais cansado que estivesse.
Acho que tinha orgulho de chegar e falar
Que havia trabalhado por sua família.
Então chegou a época negra,
Na qual diminuíram o salário.
Ele começou a ganhar um décimo do que recebia,
Começamos a passar fome,
Isso não quer dizer que morreríamos de fome,
Apenas comiamos menos.
Cortamos nossas regalias,
Não comiamos todos os dias carne,
Não comiamos queijo, manteiga
Café que era o preferido do papai
Também tivemos que cortar pela metade,
Colocávamos uma colher de café para 3 copos de aguá,
Sua cor era um marrom bem suave.
Mas nunca vi o papai reclamar.
No máximo jogava a cadeira longe ou batia com a cabeça na parede,
Minha mãe não parava de chorar
Por não poder mais comprar suas roupas mensalmente.
Minha mãe vivia reclamando com meu pai,
Dizia a ele que se ele trabalhasse mais teríamos mais dinheiro.
E ele ouvia quieto tudo isso,
Mas a cada grito de minha mãe
Via o ódio crescendo em seus olhos,
Seus punhos a cada palavra se fechava com mais força.
Até que um dia ele não agüentou e bateu na minha mãe,
Bateu como um homem bate em um cachorro,
Ela só sabia gritar,
Eu para tentar defende-la,
Subi nele, cavalguei até ele me jogar no chão.
O ódio que meu pai consumia pela empresa foi jogado, esquecidos
Com aqueles murros.
Quando se sentiu vingado,
Saiu de casa.
Voltou no outro dia bêbado,
Não tinha ido para o trabalho,
Minha mãe encolhida desde ontem,
Se contraiu mais na parede,
Eu fiquei a sua frente para protegê-la
Não reconhecia mais aquele homem,
Aquele demônio não era mais meu pai.
Ele só gritou “não se preocupe criança, não baterei mais nela”
Vi a vergonha estampada em seu rosto,
Mas meu pai era o homem da casa,
Nunca iria se desculpar pelo que fez.
A cada dia que chegava em casa sua vergonha aumentava
Não conseguia nos fitar,
Mas o cheiro de cerveja só aumentava.
Até que ele começou uma rotina diferente
Transformou o bar em sua casa.
Era da mina para o bar, do bar para mina,
Quase não parava em casa.
Não víamos quase nenhum dinheiro.
Começamos a passar fome,
Minha mãe com medo,
Não pedia dinheiro para ele.
Começou a vender as coisas
Para colocar comida em nossa mesa.
Mas as coisas com o tempo foram se acabando,
E meu pai começava a ficar mais raivoso,
Chegava em casa perguntando sobre comida.
Minha mãe dizia que não tinha mais dinheiro,
Que ele não tinha dado o dinheiro necessário,
E ele com o diabo em seu corpo a espancava.
Isso começou a se tornar rotina,
Minha mãe com vergonha
Apanhava calada e não saia de casa,
Só sabiam que ela estava apanhando
Pelos urros do meu pai.
Em uma dessas pancadarias
Minha mãe ficou inconsciente,
Meu pai desesperado saiu correndo de casa,
Nunca mais voltou.
Gritei aos quatro ventos para nos ajudar,
Mas ninguém apareceu.
Tentei cuidar dela,
Mas ela não acordava,
Sai na rua batendo nas portas,
Mas ninguém, ninguém quis abrir a porta.
Não se intrometiam em briga de casal.
Cansado com as mãos doendo,
Voltei para casa,
Tentei acordar minha mãe e nada
Acabei dormindo de tanto chorar.
Acordei no dia seguinte com ela gemendo,
Minha felicidade foi tão grande que chorei,
Chorei novamente.
Ela estava viva, Viva.
Os dias foram se arrastando pela fome,
Ninguém sabia dizer onde meu pai estava
Mas eu sabia que ele se refugiará na mina,
Pois ali eu nunca quis entrar.
Fui varias vezes lá,
Esperava ele sair,
Mas nunca o via,
A fome piorava,
Mesmo minha mãe tentado esconder
Eu via em seus olhos a fome passar.
Decidi ir trabalhar
A única escapatória era eu entrar na mina,
Aquele buraco escuro,
Que eu sempre tive medo.
Ele sempre vinha em meus sonhos
E me engolia,
Engolia toda a minha felicidade.
Minha mãe se recusava a deixar eu entrar
Achava que meu pai voltaria,
Pelo menos tentava acreditar nisso,
Mas via que ela queria que ele não voltasse.
O medo só de falar em seu nome lhe causava tremores.
No dia seguinte fui para frente da mina para trabalhar,
Fiquei horas olhando para ela,
Com aqueles dentes afiados
Só esperando para me engolir.
Voltei para casa correndo de tanto medo.
Pedia desculpas para minha mãe,
Por ser tão medroso.
A noite não conseguia dormir
Sonhava que a mina me engolia e aos poucos
Mordia todos os meus membros até eu morrer.
Mas no dia seguinte eu voltei
Voltei como um homem,
Voltei com minha espada e meu escudo
Ela não me faria mal.
Entrei com a pá na mão,
Mal conseguia carregá-la.
Todos ficaram me olhando para ver se eu teria mesmo coragem de entrar.
Admito que tremi quando vi sua boca enorme
Esperando seu novo alimento.
Mas entrei
A pá ficava mais pesada a cada passo,
Mas me mantive com a coragem
O ar quente fazia eu ver tudo duplicado,
Fui falar com o chefe,
Ele riu quando soube que eu queria entrar.
Mas aceitou me empregar,
Mas eu ganharia por carro,
Eu seria o carregador.
No primeiro dia só consegui carregar um carro.
Todos me chingavam me batiam,
Por eu não conseguir empurrá-lo.
Muitos perdendo a paciência e empurravam sozinho o carrinho.
Mas minha armadura não me deixava cair,
Seria mais forte que eles,
Pois eu queria mais que ninguém,
Queria salvar a minha mãe.
Sai de lá com os homens gritando para eu não voltar nunca mais,
Pois se eu voltasse e não conseguisse empurra o carrinho eles me matariam.
Vi meu pai de longe,
A vergonha tinha o deixado mais magro,
Mais velho, mais malvado.
Ele fingiu que não me conhecia.
Isso só me impulsionou mais para fazer meu trabalho bem feito
Iria mostrar para ele,
Que por mais jovem que eu seja,
Seria um homem melhor que ele.
No dia seguinte fui novamente
Me bateram antes mesmo deu entrar,
Mas eu não ligava,
Fingia que eu estava em uma batalha
Onde quem agüentasse mais a dor ganharia.
Eu ganharia!
Eu ainda era a única criança a ir.
Tive muita dificuldade para empurrar o carrinho,
Mas dessa vez empurrei dois
Mas se eu empurrasse só dois por dia,
Continuaríamos a passar fome.
De madrugada, ficava correndo com um monte de pedras dentro de um saco.
Aos poucos fui me acostumando com o peso, com o ar quente e com a fome.
Minha mãe todos os dias chorava a minha partida.
Mas quando comecei a trazer dinheiro para casa,
Ela me abençoava, e dizia para eu voltar vivo de lá.
Via meu pai, as vezes,
Mas aquele homem não era mais meu pai
Então nem perdia meu tempo a ficar fita-lo.
Vendo meu desempenho
Alguns pais decidiram colocar seus filhos para trabalhar antes do tempo,
E com o tempo todos os filhos maiores de 7 anos já trabalhavam.
Virou um campo de concentração,
Onde os pais colocavam seus filhos
Para carregar pedras junto com seus primeiros passos
Depois de alguns anos meu pai,
Como um cão voltou para casa
Pediu perdão, se ajoelho e chorou
Nos implorou para lembrarmos dos velhos tempos.
Minha mãe o aceitou de volta
Eu que agora era um homem
Não precisava dele em casa para nos trazer comida,
Mas como minha mãe o queria,
O que eu poderia fazer.
Mas ele ficou em rédeas curtas.
Logo que eles se juntaram tiveram filhos,
E como um bom pai os ensinou a carregar pedras
A não ter medo da mina
Ele achava, agora, que um bom filho ajuda a família progredir.
Quando fui me dar conta
Só via crianças pela rua
Por onde eu olhava tinha crianças brincando de quem carregava mais pedras.
Com o numero exorbitante de nascimentos
O lucro da empresa aumentou,
Mas os salários não.
Por mais que trabalhássemos,
Por mais que mostrássemos nosso empenho
Não recebemos nada alem do que o salário de cada dia.
Vi crianças de 7 anos entrando
Como eu entrei um dia,
Com medo.
Algumas sem perceber pegavam minhas mãos para entrar.
Aquilo era uma visão horrenda.
Agora crianças de 10 anos cospem carvão puro,
Mostram suas mãos remendadas de calos,
Mostram seus corpos pretos
Não se dá mais para distinguir
Qual sua cor verdadeira,
Nem nas lembranças das mães elas existem.
Agora somos todos um,
Somos todos iguais
Lutando para sair dessa miséria.
Lutando para que nós possamos morrer o mais rápido possível
Hoje poucas pessoas se lembram,
Do nosso passado,
Sou um dos poucos que se lembra.
As vezes acho que a culpa disso tudo foi minha
Se eu não tivesse pego aquela pá tudo poderia ser diferente.
Eu não teria obrigado os meus filhos a carregarem pedras.
Mas agora é tarde,
A única coisa que tenho a fazer é contar essa historia
E rezar para que as pessoas acreditem
E sonhem com ela também.
Com todo mundo sonhando
As vezes podemos tornar o passado em futuro

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Não entendo

Facilidade de me deixar triste.
A tristeza me faz acreditar
Que eu sou humana.
Eu não consigo chorar,
Chorar é uma coisa
Muito mais humana
Que sou.
Tentei derramar lagrimas,
Mas minha alma
Solitária me impede de
Ser um humano qualquer.
Felicidade é um raio.
Sinto-a, mas logo passa.
Ela é algo que se tem para
Esconder meus problemas.
Riu para fingir que sou feliz,
Para não ter a encheção de saco
De pessoas ao meu redor
Perguntando sobre minha alma.
A preocupação alheia
É algo que me deixa curiosa
Para que tanta preocupação
Com a vida de outrem?
Para que isso?
Para esconder seus próprios problemas
Ou para ver que outro é tão infeliz quanto você?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dilaceraram-me

Mãos que tomam meu corpo.
Cada qual pega um pedaço da minha pele,
Tentam me dilacerar,
Tentam comer minha pele com suas mãos.
Sinto o calor de suas palmas
Irem de encontro aos meus órgãos,
Os músculos estão desistindo
De lutar para salva -lo.
Os órgãos mais rápidos
Aceleram seu desempenham
Quer morrer com honra
Com a honra de ter lutado pela a sua vida.
As mãos que não alcançaram meu corpo
Começam a ver qual irá desfalecer primeiro
As apostas são muitas
O dinheiro começa a entrar graças essa desgraça.
Gritam, gritam para saber quem vai ficar com o dinheiro.
Minha voz já não sai,
A dor já não existe,
Só os olhos estão conscientes.
Eu não consigo não olhar para a desgraça,
Sangue por toda parte,
Mãos por todos os lados,
Agora elas estão imóveis,
Estão a esperar o veredicto do vencedor.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Alheios

Vamos pegar seus corpos e arrancar seus membros
Para fazer churrasco,
Vamos colocar o sangue em taças de ouro
E brindar a misérias alheia.
Vamos meu povo,
Gritem por seus países
Levantem suas bandeiras,
Amem suas pátrias.
Vamos fechar os olhos
Para alem dos muros.
Vamos meu povo,
Saiam com seus carros
E não se esqueçam
De atropelar as carcaças
Quando vocês saírem de lá.
Vamos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Peixes

começou a chover
entrei na chuva
para me banhar,
para voltar a ser pura.
achei uma banca de batata frita e comprei,
graças a chuva paguei metade do preço
Eu caminhando
por ela escorreguei
e fui levada pelas
ferozes correntezas.
Tentei fugir mas
tudo foi em vão
Fui arrastada para dentro do bueiro
não sabia que eu passava por lá.
Tentei nadar,
mas já não conseguia
ter forças.
Tentei respirar, mas só
havia água. Quando dei meu ultimo suspiro,
fui tacada para um céu
Um céu de peixes.
Lá voei com eles.
lá a água era
proibida de entrar.
Os peixes eram doceis e piscavam os olhos.
Flutuei como as gaivotas.
Meus braços se tornaram
barbatanas, meu corpo era só escamas.
vi meu reflexo nos olhos de um tubarão.
Senti nojo, tinha cheiro de peixe morto
minha beleza foi se embora
junto com as águas sujas do esgoto.
Aqui eu era mais um peixe.
Achei que isso fosse um sonho.
Tentei acordar, mas não tinha mãos
para me beliscar
tentei lamber meus olhos, mas a minha língua
era muito pequena. Prendi o ar.
Mas havia me esquecido que eu respirava água.
Então aqui estou a flutuar
como uma pena
a espera da minha morte.
Moral da historia é que consegui me tornar pura

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Aqui

Por mais que eu tente
Você não sai do meu ser
Lembro-me
Da primeira vez
Que tu me abraçaste
Eu chorando de medo,
Só sabia tremer,
Tentava falar
Mas tudo era em vão.
Você com suas mãos pesadas
Mexia em meus cabelos
E cantarolava uma musica antiga.
Você dizia que agora estava tudo bem
Que ninguém iria fazer mal para mim.
E eu não acreditava,
Queria correr,
Queria tirar aquele homem
Dos meus pensamentos.
Queria tirar minha carne,
Para não sentir mais seu cheiro.
Sua musica aos poucos me fez adormecer.
Lembro-me de você beijando minha face
Me abraçando,
E falando que o homem não voltaria mais.
Quando acordei estava sozinha.
Fiquei te esperando
Para ver se você voltava,
Mas não,
Você também não me queria mais.
Fui pra rua
O sol começava a nascer,
Os pássaros começavam a cantar.
E mesmo assim tudo estava escuro.
Andei não sei por quanto tempo.
Minhas pernas me levaram para nenhum lugar.
Por mais que eu quisesse pensar não conseguia
Era sempre o nada,
Era sempre a minha vista que pensava.
Queria te encontrar.
Queria saber o por que do seu abandono.
Nas ruas ninguém passava,
A vezes eu via um cachorro correndo,
Um gato se lambendo,
Mas só.
Meus pés me levaram para a estrada de ferro.
O barulho do trem era ensurdecedor,
Irritava os meus ouvidos.
Eu gritava,
Mas não conseguia escutar meu próprio som.
Fui caminhando entre os trens,
Via as pessoas que estavam dentro.
Não sabia o que pensavam,
Mas imaginava.
Mal via os rostos delas,
Mas sempre conseguia construir eles em minha mente.
Por um tempo isso era engraçada,
Até que vi um rosto familiar
Passando a mais de 150 quilometros por hora.
Isso me fez voltar a ontem.
O medo voltou a me atormentar,
As lembranças fizeram
Meu corpo a querer se jogar em cima do trem.
Uma luta contra mim mesma
Estava iniciada.
Não adiantava eu correr,
Eu cantar.
Tudo fazia aumentar as lembranças.
PÁRAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!
Essa foi a palavra
Que me trouxe para onde eu estou.
Aqui.
Não sei explicar como é o “aqui”
Não sei falar se o “aqui” é bom.
Eu apenas vivo nele
Sem você

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Aceito

Ontem a insegurança me calou.
Hoje com mais tempo,
Vejo que não foi uma coisa certa:
Me calar.
Mas as coisas começaram a caminhar
E eu não consegui seguir seus passos.
O medo é infinito,
Porem não é esse o sentimento que predomina.
As paredes do passado
Ainda bloqueiam a minha visão,
Me deixando cega para o futuro.
Eu quero ficar contigo,
Mas não sei se é da mesma maneira que você deseja.
Não sei o que é certo e errado.
Não sei se o meu jeito de estar com alguém
É igual ao seu.
Só sei que quero ficar contigo.
Não sei se esta resposta é a correta
Ou a que você queria ouvir.
Mas já que a pergunta foi feita
E sei que você deseja escutá-la:
Eu digo aceito.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mostre-me

Mostre-me a verdadeira beleza das musicas,
Me encaminhe para dentro delas.
Me tome em teus braços,
Deite-se comigo,
Espere eu dormi.
Não desligue o radio agora,
Deixe me escutar mais um pouquinho.
Deixe meus sonhos ser guiados por elas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Te amo

É difícil pensar que um dia não te verei mais
Só de vim isso a minha mente:
Meu coração acelera,
Meus olhos se enchem d´agua,
Minha vida começa a perder o sentido,
A cada segundo que se passa.
Você que foi durante muito tempo
O guardião da minha alma,
Na qual não me deixava
Entrar na loucura.
A você que agradeço
Minha sobriedade,
Minha alegria,
Minha vida.
Te amo
Irmão.

Não lhe soltarei

Me dê a sua mão,
Não a solte.
Não deixarei que te carreguem.
Taparei seus olhos,
Para que você não a veja.
Lhe esconderei,
Para que ela não lhe ache.
Não fiques com medo,
Estou aqui.
Se por um acaso você for,
Irei junto contigo.
Não lhe deixarei caminhar
Por esses campos escuros
Sozinho.
Fique comigo,
Não derrame mais nenhuma lagrima.
Prometo-lhe que sempre estarei aqui.



Para Bruno Dias. Lhe amo meu querido amigo.

Calado

Para que sofrer sozinho?
Por que não me contaste?
Eu lhe seguraria,
Lhe preenderia,
Mas não deixaria a insanidade entrar
Em seu ser.
Seu choro vaga por meus sonhos,
Seus gritos rodeiam minha mente.
Por que sofrer calado?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Venha

Fique mais um minuto
Me tenha apenas mais uma vez,
Faça minhas pernas tremerem.
Fique ao meu lado,
Transforme nos em um só.
Não tenha medo,
Somos um.
Me tenha aqui,
Agora.
Tire meus pensamentos,
Minha fragilidade.
Me tenha como sua,
Me faz teus pensamentos.
Sou sua, você é meu,
Apenas essa noite, não tenhas medo,
Estarei aqui para lhe trazer de volta.
Me de sua mão
Iremos para longe daqui.
Apenas me tome.

sábado, 24 de abril de 2010

Nós

Transbordo de paixão,
Minha mente se desconecta
Ao entrar em contato com o seu ser.
As respirações se tornam uma,
Os corpos não são nada.
As almas flutuam,
Se juntam.
Se unem.
As paredes se tornam escuridão.
Ela alia-se a nós.

NÃO EXISTE

Começo a esquecer sua face,
Seu nome,
Seu olhar.
Você se tornou Ilusão.
Não acredito em sua existência.
Você nunca existiu.
Você foi apenas um sonho
De uma criança
Que precisava de atenção.
VOCÊ NÃO EXISTE.
VOCÊ NÃO EXISTE.
Viu?!
Se você existisse,
Faria –me calar.
Tamparia a minha boca,
E enxugaria minhas lagrimas.
Mas você não existe.

Noite

A escuridão me dá medo.
Não me deixe só novamente.
Fique hoje, apenas hoje.
A escuridão me faz lembrar
As coisas que quero esquecer.
Cada acelerada de moto,
Me faz lembrar
Daquele corpo.
Fico a imaginar como foi.
Não quero lembrar.
Faça minha mente parar de funcionar.
A noite, a água se transforma em sangue,
As risadas se transformam em choro.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Felicidade/ Liberdade

É engraçado nos acharmos livres.
Muitos dias me achei livre,
Das pessoas, coisas, ambientes,
Mas ao passar dos dias vi que não era bem assim.
Viramos escravos dos ambientes,
Por mais que negamos.
Podemos sair de “lá”,
Se esconder em “casa”,
Mas ele continua impregnado.

Nos transformamos por cada lugar que passamos
Nós vivemos de mudanças,
Por mais doloridas que elas sejam
Nós temos que passar por elas.

As vezes culpamos pessoas alheias,
Por nossas tristezas, medos.
Mas se vermos mais a fundo,
Nem precisa ser tão afundo,
Vemos que o problema
É que esquecemos de nós.

Começo a esquecer de pensar,
Minha alma anda por si só.
Mas quando minha mente vem átona,
Parece que um furacão vem junto,
Ela quer derrubar tudo.
Ela não admiti não pensar,
Não apontar.
Mas aos poucos ela vai se esvaziando.
Voltando ao “norma”.
Mas ao olhar para trás,
Vejo a sujeira que ela deixou.
Fico a olhar pensando em como limpar isso.
Mas não tem como, ela já se mostrou.
Então olho para frente e deixo a “vida” seguir.

Começo a achar que a liberdade está em nós,
Dentro de nós.
Me sinto bem quando eu estou aqui dentro,
Não sei se isso seria a verdadeira liberdade,
Ou a verdadeira felicidade.
Só sei que a amo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Voltar

Minha mente entorpecida
De medo,
Faz as pessoas rodopiarem
A minha volta,
Transfigurando-se em vultos.
Suas frases não chegam completas
Em meus ouvidos.
Só escuto múrmuros.
Que aos poucos se transformam
Em gritos.
Gritos que fazem meus tímpanos arderem.
Sinto o fogo entrando em meus ouvidos,
Caminhando por meu cérebro,
Queimando meu ser.
Essas sensações me fazem entrar
No meu mundo infantil,
Que a muito tempo
Não ousava voltar.
Aqui a magia não existe,
As cores escurecidas pelo tempo,
Dão o aspecto de mórbido.
As coisas começam a desabar,
A quebrar,
A se evaporarem.
O chão não existe
E o vermelho que está abaixo dos meus pés
Começa a me sugar,
Para o mais profundo do meu ser.
Guiando - me para a porta
Que jamais ousei entrar.
Agora me sinto preparada
Para saber o que ela contem.
Então, adeus.

Deixe-me só

Por entre a escuridão
Eu me escondo.
Escondo o meu corpo,
Minha alma,
Minha essência,
Minha vida de você.
Não me procures mais.
Não tenho mais a beleza de antes,
Meu rosto desfigurou-se
Quando o vidro se partiu,
Fazendo eu conhecer minhas faces.
Elas que tão desconhecidas,
Faz com que eu lute
Contra mim mesma.
Minha mente faz eu parar
Em frente a ponte.
Lembra-se daquela minha pintura inacabada?
Lembro-me dela, agora.
Nunca acabei nada em minha vida,
Tudo que eu fiz foram fragmentos de coisas.
Então, não faça eu o tornar mais um fragmento.
Deixe-me só com minha vida.

Venha

Fico a olhar a janela
Esperando você chegar.
Você que entra em meus sonhos
Sem pedir permissão,
Faz minhas faces sonolentas
Sorrir de amor.
Espero por ti,
Não para ser meu,
Mas para lhe amar.
Só de relembrar os sonhos,
Minha alma flutua,
Quer encontrar seus braços,
Para que assim,
Você me proteja
Dos meus pensamentos obscuros.
Quero sorrir contigo.
Quero fazer parte de sua alma.
Me ame pela primeira vez,
Faça meus medos irem embora com seu beijo,
Apague meu passado
Com seu toque.

sábado, 17 de abril de 2010

Despedida

Hoje digo adeus,
Para um passado.
Um passado que certamente
Não voltará a se tornar futuro.
Minha mente mais calma
Começa a entrar em contato
Com a alma.
Meu corpo
Começa a se conhecer a si mesmo.
Minha vida muda.
Meus olhos conseguem percorrer ao longe.
Havia me tornado prisioneira
Dos sonhos passados,
Me joguei nas águas
Com a certeza que iria me afogar.
Meu ser respira em fim
O ar puro da manhã.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Meloso

Meu coração dispara
Só de pensar em ti.
Quando começa a se aproximar
Minha mandíbula perde o controle.
Por todos os poros do meu corpo
Sinto saindo suor.
As palavras saem desconexas,
Meus olhos se encontram com o chão.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

encontro

do alto
vi por entre meus cabelos seu corpo
ir de encontro ao chão.
apenas fico a observar
seu corpo imovel
ali longe de mim.
olho todos a minha volta,
em apenas um passo volto
a estar ao seu lado.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Carne

o sangue empredado em minha veia,
corta minha pele,
degenera minha alma.
o espelho estilhaçado no chão,
faz-me lembrar de minha aparencia.
o coração,
alimentando os fungos,
fica exposto.
sou uma pintura na parade.
minha alma aprisionada,
em um pote com alcool,
chora em desespero.
sou apreciada,
como carne.
sou Vênus dos tempos modernos.

Amor Esquecido

Complicado olhar as rosas
Que não existem.
Só lembro como elas balançavam
Quando ali elas viviam.
Aos poucos a minha lembrança
Vai se apagando
E eu só fico a me lembrar pelos seus nomes
Suas pétalas eu já não me lembro mais,
Por mais que eu me esforce.
Agora são tudo recordações bonitas.
Prefiro lembrá-las assim:
Com sua pureza,
Com seus sorrisos.
Não sei se algum dia voltaremos a nos encontrar
Talvez sim, talvez não.
Mas sempre carregarei em meu peito
O nosso amor.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Yndi Halda

A música “A Song For Starlit Beaches” do Yndi Halda. Foi criada para ser só.
Ele faz parte do álbum “Enjoy Eternal Bliss”, tem alguns lugares que está música não está em conjunto.
Eu por exemplo, a primeira vez que tive esse álbum em minhas mãos, não vinha com essa música.
Acho que as outras canções tem um laço entre si, cada uma se completa.
Mas a “A Song For Starlit Beaches” caminha, segue seu ritmo e seu compasso sozinha. Sua beleza é esplendorosa.
As outras músicas são magníficas, me deixando em completo estasi, me envia para um outro mundo.
Todas as músicas me deixam com lágrimas nos olhos, eu tento resistir, mas mesmo assim elas conseguem arrancar meus suspiros.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Embriagada pela Noite

Hj me embriago com a noite, nunca me senti tão livre e tão leve.
as musicas dançam a minha frente.
as luzes se juntam com o manto negro e rodopiam desafiando as trevas,
ninguém nas ruas, nenhum barulho,
só minha musica, minha alma e a noite.
a embriagues só me traz belezas,
sinto sensações nunca sentidas em quais quer outro corpo.
voo com as nuvens.
uma sensação por debaixo de minha saia faze meu corpo tremer.
boca seca, pele encharcada de suor,
isso que acontecem com as moças que experimentam pela primeira vez.
não quero sair desse transe.
quero sentir mais intensamente.
será que se eu aumentar a dose, será melhor?
quero sentir a pureza das almas frincada em minhas pernas, em meus braços, em meu ser.
quero sentir o alito da noite em minha face,
quero me contorcer, quero apenas ela.
visão turva, as imagens se transformam em minha mente,
o sonho transfora em realidade, trancafiando a realidade no fundo de minha alma.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Trecho de A Mãe

"Há por acaso, no mundo uma alma que nunca tenha sido humilhada ou ofendida? Já fui tão utrajado, magoado, que já me cansei de ficar sentido. Que fazer se os homens não podem preceder de outra forma? As ofensas atrapalam o trabalho, o dever, e deter-se por causa delas é perder tempo à toa. É a vida! Antigamente, havia momentos em que odiava as pessoas. Mas, pensando melhor, vi que não valia a pena. Qualquer um teme que o vizinho dê um golpe e , por isso, apressa-se a dar um golpe primeiro. è a vida, mãezinha" - Gorki - A Mãe

As coisas estão me aparecendo nos momentos exatos, nos momentos que eu mais preciso ler. Coincidencia ou não, destino ou não? Eu não sei, só sei que eu acabo melhorando com essas palavras

terça-feira, 2 de março de 2010

Medo de perder sua essência

Sorriso tristonho,
Com olhar distante,
Sente que não ama
O amor ao longe.
Sonha em poder tocar
Uma pele macia,
Como veludo,
Não importa a pele.
Quer ver se os outros corpos
Tem a mesma textura que a sua.
Quer sentir os aromas diversos.
Mas não quer sair de seu casulo,
Não se sente pronto.
Quer deixar intacta,
Por mais algum tempo a sua pureza.
Quer continuar a ser um anjo.
Quando passar pela porta
Perderá sua criança,
Seu sorriso,
Sua vida.
Seu passado se resume em:
Livros, Lps, caneta, papel.
Mas não quer esquecê-lo.
Anseia conhecer seres vivos,
Coisas vivas,
Não quer mais a companhia de coisas que não possam respirar.
Mas só fará isso daqui a alguns dias.
Ele fala isso a um bom tempo,
O que lhe falta é coragem.
Ele sempre quis ter a coragem dos livros,
Não quer ser herói,
Não quer que as pessoas o invejem,
Não quer ser admirado,
Apenas quer conhecer.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Não chores. Vamos voar

Não chore, minha pequena
Não precisa precipitar o dia.
Como ter tanta certeza do amanhã?
Para que ter certeza?
Olhe para mim,
Te peço, lhe imploro.
Não derrame mais nenhuma lágrima.
Fique em meus braços,
Não tente falar
Ou pensar.
Apenas fique aqui comigo.
São tantas pessoas passando por nós
e nem percebemos seus passos.
Quer continuar assim mesmo,
Sem perceber que tem pessoas a sua frente?
Você sempre me disse que queria voar,
Por que tu não voas agora?
Me mostre suas assas,
Mostre para todos sua esplendorosa pessoa.
Não, não derrame mais lagrimas.
Juro que lhe verei,
Irei te visitar,
Não serei mais um a lhe abandonar.
Se me amas como diz,
Acredite em mim.
Vamos voar, nós dois juntos.