terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sombras

Demônios entrando em corpos
Sem dono.
Todos são parecidos:
Os rostos são pintados,
Pernas são raspadas,
Saias são curtas.
Nascemos de um molde só.
Somos criados igualmente.
Nossas vidas são as mesmas.
Tudo metricamente igual.
Todo dia sei qual será minha rotina.
Vivo isso há mais tempo
Que um ser humano consegue existir.
Meu salto alto,
Não caminha perfeitamente,
Minha boca não consegue mais abrir.
Tudo em mim já não funciona direito,
Mas continuo aqui,
Encostada nessa parede.
Os gritos, já não me afetam,
As caricias,
O peso,
O hálito,
Não existem.
Tudo se transformou em sombras.

Sombras...
Eu me tornei uma sombra
Uma peça
Que existe para a satisfação alheia.

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