A casa se silencia
Os gritos se intensificam
A cada luz apagada
Vou deixando minha sanidade
Se liquefazer
Ela vai ligeira como um temporal
Me afogando a cada milésimo de segundo
Quanto menos som
No meu lar
Pior fica
O fone estourar gritando
"Te quiero puta"
E as lembranças não param de vir
….
Não sou eu
Eu sei que nao sou eu
Porque eu tenho que ver?
Para
Arranho na última nota musical
PARAAAAAAAAAAAA
...
As lembranças vem e não sou eu
As dores entram com o convite nas mãos
Começa a perambular por meu cérebro
A criança está ali, sozinha
Mas não sou eu
Nunca fui criança
E mesmo assim sinto cada trauma
Se tatuar em minha alma
A cada dias que se arrasta
Mais roxos se imprimem
3 anos
4 anos
5 anos
7 anos
9 anos
….
Mas...
Não sou eu
Não é minha vida
EU SOU O SUYY
EU SOU o su……
….
Parece o Bu
São as lembranças do Bu
Acho
Ele tá olhando
Por entre as grades
E segura a mão
Do irmãozinho
Ele fecha os olhos e
Se junta aos choro.
Bu parece ter três anos,
Mas tem na verdade 5
E por isso tem mais dificuldade
Em subir no berço
Ali se sente seguro.
Ao começar adormecer
Uma mão o pega e
O arrasta pra fora
E...
…
Para
Por favor
EU NÃO QUERO ISSO
NÃO QUERO SABER
EU NÃO QUERO SABER
…
O Bu me Abraça
Todos Nóix tava vendo
Uns chora
Estamos ligados
Pelos estupros
Fomos todos criados
Pra ansiar a morte
Outros nem se mexem.
Quero cuidar do BuYibo
Mas ele que vem
Pra me cuidar
...
Vou baixando o volume
A respiração consegue se libertar
AHHHHHHHHHHH
AHHHHHHHHHHH
Quebro tudo em volta
Ponho fogo
E cada vez que ele começa
A adormecer,
Mais o atiço
Com produtos inflamáveis
São tantos diferentes
Que sei que
A casa se destruirá
O vermelho, amarelo, azul
dançam no carvão esfarelado
Os ferros derreteram
Até o chão
Enchi o banheiro
Com explosivos
E dançamos
Ao som dos seus
Estrondos
E gargalhamos
Que nem loucos que somos
Quando o último
Pó da última fundição
Do banheiro se perdeu
Vestimos nos nossos
Melhores vermelho glitter
Porque o vermelho sangue
Já é muito manjado.
Festejamos.
Rimos,
Somos
Morte
Destruição
E óbvio
Amor
Mas também
Brincamos de sussurro,
Seguimos avante
Nem que tenhamos que perder
A bolsa com uns crânios
Tipo, ops, caiu.
Ir nos encontros espíritas
E a minha formação da crisma
Me facilitou
A mexer com o invisível
Previsível, inimaginável.
O bom de estar no inferno
Há anos
É que a brasa é tão fria
Que meu corpo
Miss fio dental
Sorri.
Matar?
Nunca pensei
Pois prefiro
Me divertir com balas de festim
Escolhendo cada pedaço
Do corpo
E marcar
Cravando
Fazendo
Bem pior
Que fizeram com
Nóix
Se não aguentar,
Tudo bem
Darei minha faca
Pra que você possa
Sentir seu sangue escorrendo
Enquanto sua respiração cessa.
Texto
Suy, Tomtom, Layra
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